quinta-feira, 26 de maio de 2016

Mais mentiras sobre a verdade

 

CAROLINA MONIZ

    Ao estudar as ciências como um todo, é possível perceber que elas não surgiram por mero pragmatismo humano, mas, sim, por uma lancinante sede de verdade. Porém, é difícil saber se o rosto desta verdade  foi mascarado, se realmente tem estas cores ou se o que aí está é apenas a máscara abandonada.Por muito tempo a verdade é tomada, pela maioria, como algo único e imutável. É esta parva certeza que insiste em perdurar a responsável pelas belezas e pelas desgraças que nos rodeiam. A verdade é a razão das guerras e o fator de união. é o alento e a angústia, gera a certeza e a dúvida.Tem sido trilhado, no entanto, um longo caminho em busca da una-verdade. Para esta fim, criaram-se métodos e escolas filosóficas. Sócrates acreditava que o conhecimento real era fruto da dialética. Segundo Descartes, isto só poderia ser conquistado ao se duvidar de qualquer argumento minimamente falho. Já com Sartre, Nietzsche e outros pós-modernos é possível enxergar a verdade como a esfera individual que recobre cada ser, estando esta ligada ao espaço tempo e às experiências individuais,É fácil dizer que a verdade é relativa. Mas como pode o homem, ser social por natureza, viver sozinho e encastelado em suas certezas? Este é o fator da intrapessoalidade: é possível moldar não só o próprio acreditar, mas também o alheio.Contudo a humanidade continua a procurar por uma verdade ideal. Esquece-se de que a beleza de viver é ter dúvidas e que a especialidade dos homens é se cercarem de inúmeras possíveis respostas.

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